Projeto leva arte para hospitais e ajuda a melhorar bem estar dos pacientes

Projeto HumanarteS
Foto: reprodução Instagram

Quem acha que universidade é apenas um lugar de muito trabalho e cobrança, é melhor rever seus conceitos. A Universidade Estadual do Ceará (UECE), por exemplo,  realiza um projeto há mais de nove anos que mobiliza toda a comunidade acadêmica, mudando a realidade de muitos alunos.
O projeto HumanarteS iniciou em 2008 com o colegiado do curso de Medicina da UECE. A estudante Natália Cabô, que cursava o 3º semestre de medicina na época, foi a mentora  responsável em mobilizar  a criação do projeto, tendo como motivadora a professora  Jaqueline Vasconcelos que  ministrava as aulas de palhaçaria. O objetivo do grupo é ressignificar a saúde na cidade de Fortaleza, implantando a humanização por meio da Arte na Saúde. No projeto, a Palhaçoterapia é usada para sensibilizar as pessoas (pacientes, profissionais e acompanhantes) e tornar o ambiente o mais leve e agradável.
Os alunos, que se reúnem mensalmente, criam uma planilhas de ações, com agendas pré-definidas para as  recreações que nas visitas aos hospitais , dura todo o dia, vestidos de palhaços, os voluntários organizam atividades, brincadeiras, pinturas e em alguns casos peças teatrais. Palhaçoterapia, segundo eles, é o ato de se vestir não apenas de palhaços , mas com a caracterização possam distribuir amor e alegria para quem precisa.
Orlan Bertrand, estudante de medicina do 6º semestre,é o atual  presidente do projeto HumanarteS. Para ele o cotidiano nos hospitais é sempre apressado e metódico; as relações entre as pessoas tornaram-se frias e sem empatia.
“Os profissionais da saúde entram no leito apenas para medicar, fazem perguntas para preencher um prontuário e saem. A relação é superficial. O HumanarteS entra para resgatar o valor de uma simples troca de olhares, de um abraço, de um sorriso, de um ouvinte. Nossa atuação vem sensibilizando as pessoas para o que é realmente importante. Carinho e amor são ferramentas fundamentais para a saúde do indivíduo.”, afirma Orlan.
Nos primeiros anos, as parcerias tinham o foco em crianças atendidas em hospitais públicos e  infantis como: o hospital infantil da Parangaba, SOPAI, localizado na Av. Francisco Sá e Instituto Peter Pan. Já no ano de 2017 o grupo fechou parceria com o hospital Otoclinica da Antônio Sales, primeiro particular a fazer parte do projeto, onde será atendido outras faixa etária de pacientes como adultos e idosos.
A estudante de enfermagem do 4º semestre, Nara Ingrid,  está no seu primeiro mês de HumanarteS e acredita que o projeto é fundamental , não apenas para os pacientes, mas para os alunos crescerem pessoalmente e, claro, profissionalmente.
“O projeto tem me ensinado a tratar o outro não como mais um paciente de algum leito ou apenas por sua doença. Tenho aprendido a tratar o paciente como um ser humano, que assim como eu tem desejos e medos. E, assim é o HumanarteS, um grupo que busca levar a alegria onde, provavelmente, para muitos já não mais existe”, completa Ingrid.

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